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A Caminho de Emaús


O advogado e escritor João Baptista Pimentel Jr. escreveu sobre o Cristo Vivo!

Estranharam aquela presença. Quem seria aquele caminhante que, subitamente juntara-se a eles?

Tinha medo. Os dois discípulos de Jesus atemorizavam-se, em princípio, à simples presença do peregrino. Poderia ser um espião dos judeus. Esperavam que algo miraculoso iria acontecer. Mas tinham medo natural inerente ao ser humano.

Eles acreditavam ser Cristo o novo Moisés, que a tradição hebraica noticiava ter sido o libertador de seu povo do jugo egípcio. Moisés comandou a retirada dos hebreus do Egito, onde viviam em condições de escravos, infringindo, com a ajuda de Deus, fragorosa derrota aos exércitos do Faraó.

Criam os apóstolos que a missão do Mestre, aqui na vida terrena, seria a de libertar Israel do poder de César, como ocorrera em relação aos egípcios. Entretanto, nada disso aconteceu, e Jesus houvera sido crucificado. Corria a notícia de que o Mestre ressuscitara, porém não o tinham visto.

Mas, inopinadamente, seus corações se abrasavam, com a presença daquele estranho viajante. Algo de inexplicável, pelo raciocínio humano, ocorria. Sentiram, então, alguma coisa indefinível, enquanto o estranho viajante lhes falava, a caminho de Emaús, sobre as sagradas escrituras.

O peregrino era Jesus vivo. Todavia, eles não o estavam reconhecendo. Dizia-lhes o viajante que não seria, pela espada ou destruição, a esperada libertação de seu povo, mas pelo amor e pelo perdão. O Deus verdadeiro não é o da vingança e da ira. Como bom Pai, repreende seus filhos, mas com moderação, para corrigi-los.

Explicou-lhes, então a nova lei. Ao invés da vingança, o perdão. Ao invés do ódio, o amor. E devemos amar até nossos inimigos.

Chegaram ao destino, ao anoitecer. Convidaram-no a com eles permanecer. Já instalados, sentaram-se à mesa. Jesus partiu o pão e os serviu. Naquele instante, o reconheceram, mas subitamente, não mais o viram.

Todavia, continuaram o sentido no âmago de suas almas. Compreenderam, então, porque seus corações se aqueciam no peito, enquanto Ele falava.

Sobreveio a certeza de que, novamente, eles o veriam. Foram depois, levar a notícia aos companheiros. As escrituras cumpriram-se. Cristo estava vivo!

João Baptista Pimentel Jr.

Advogado e Escritor

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